Há quatro anos, nascia o Instituto Millenium, do qual sou orgulhosamente um dos fundadores. Algumas pessoas imbuídas de um sentimento de esperança, e com uma forte crença no poder das idéias, resolveram concretizar o sonho de ter no Brasil um “think tank” capaz de divulgar os principais valores liberais: Estado de Direito, democracia e economia de mercado. São estes os pilares de todos os países desenvolvidos, que infelizmente ainda são muito escassos por aqui.
O avanço do governo sobre as liberdades individuais é uma triste realidade na América Latina. Em alguns campos este avanço foi razoavelmente contido, mas em outros ele aumentou. Sendo o preço da liberdade a eterna vigilância, faz-se necessário participar da luta, no campo das idéias, contra este avanço estatal e pela liberdade. Se as pessoas de bem nada fizerem, o triunfo do mal – no caso a escravidão gradual dos cidadãos – será inevitável.
Muitos brasileiros compartilham desses valores defendidos pelo Instituto Millenium, mas não acreditam tanto assim na força das idéias para alterar a trajetória atual. Essa falta de esperança é um grande aliado do inimigo, que se aproveita da passividade das pessoas para avançar ainda mais rumo ao “caminho da escravidão”. Entendo o desânimo que o circo armado em Brasília costuma gerar nas pessoas mais esclarecidas, mas não devemos jogar a toalha. Se não quisermos virar uma grande Venezuela, devemos fazer algo, combater o populismo demagógico com argumentos racionais, mostrando que há uma alternativa.
Cada um pode ajudar de alguma forma. Existem diversas maneiras de colaborar. Os empresários e trabalhadores podem continuar focando em suas importantes tarefas, ajudando a criar riqueza para o país, e ao mesmo tempo colaborar financeiramente com o instituto. Os mais jovens podem tentar divulgar os valores liberais entre seus colegas. Os intelectuais podem escrever artigos ajudando a expor argumentos na defesa desses valores. Todos podem contribuir um pouco, dedicando uma parte de sua energia e tempo à importante causa da liberdade. Como diz uma propaganda: “se não puder fazer tudo, faça tudo que puder”.
O fundamental é compreender que algo deve ser feito, e cada vez com mais urgência. A liberdade não cai do céu. Ela é uma conquista que vem com muito esforço, pois conta com vários inimigos. E normalmente, as pessoas só valorizam mesmo a liberdade quando já a perderam quase completamente. Como sapos escaldados, vamos nos acostumando com sua perda gradual, sem sentir que a situação já está quase fatal. De repente, sem saber bem como, notamos que somos apenas súditos, e não mais cidadãos livres. Evitar este triste destino é a meta do Instituto Millenium. Espero que ele possa fazer ainda mais por esta nobre causa nos próximos anos. E isso depende também de você, prezado leitor. O que você ainda está esperando para ajudar, da forma que for possível?
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