O vício intrínseco do capitalismo é a partilha desigual do sucesso; o vício intrínseco do socialismo é a partilha equitativa do fracasso. (Winston Churchill) Muitas pessoas costumam focar apenas na questão da concentração de renda em alguns países mais ricos, tentando condenar o capitalismo pelas desigualdades materiais criadas. Considero isso uma visão mais do que míope: cega. O que realmente importa, fora a liberdade individual, presente apenas no livre mercado, é o nível absoluto da qualidade de vida da população. E tal nível, sem a menor sombra de dúvidas, é infinitamente maior no modelo capitalista. Partindo para um exemplo hipotético, podemos mostrar como a concentração de renda em si não diz muita coisa. Imaginemos um país X sem concentração de renda alguma, praticamente um ideal socialista, com uma renda anual de cem mil dólares. A população, de 100 pessoas (apenas para facilitar as contas), dividiria então igualmente esta riqueza produzida, levando a uma renda per capita de mil dólares. Agora vamos imaginar um país Y, bem mais desigual. Também formado por uma população de 100 pessoas, ele produz riqueza de um milhão de dólares por ano. Afinal, ele é capitalista, garante direito de propriedade privada, incentiva o lucro e respeita a meritocracia. Claro que a riqueza será bem maior do que na insetopia do país X, onde indivíduos trabalham para o “bem geral”, não para si mesmos. Bom, considerando uma grande concentração de riqueza, digamos que algo como 10% da população controlando 30% do total produzido, o que teremos como resultado? Os 90% restantes da população dividiriam $700.000, ou quase oito mil dólares per capita. Quase oito vezes mais que os cupins do país X. Isso partindo da risível premissa de que, no país socialista, de fato todos iriam dividir igualmente os bens. A lógica e a prática mostram que uma nomenklatura poderosa sempre irá reter o grosso da riqueza, como Fidel em Cuba. Tenho certeza que qualquer pessoa normal iria preferir viver no país Y. Além de ganhar quase 8 vezes mais que no país X, seriam livres, coisa inexistente no socialismo. Esse exemplo simplista mostra que não é a concentração de renda em si que realmente importa, mas seu nível, assim como a qualidade de vida da população. E o capitalismo sempre beneficiou, acima de tudo, as massas. Quando Ford cria o Model T, massificando um bem até então de luxo, milhões podem ter acesso ao automóvel, largando as carroças de lado. O sonho de qualquer empresa é atingir as massas, vendendo milhões do seu produto, apresentando expressivos ganhos de escala. Quem ainda tem alguma dúvida de qual modelo faz mais pelo povo, basta comparar a vida de um americano médio com a de um cubano médio. Um americano médio tem um carro decente, conforto, acesso a uma infinita variedade de bens e serviços, e o mais importante, a liberdade de escolha. Na verdade, o que está por trás dessa visão obcecada pela concentração de renda é a idealização da inveja. João Pedro Stédile, do MST, disse recentemente que não basta gostar dos pobres, mas é preciso detestar os ricos. A visão tosca marxista de que a riqueza é estática, e a economia é um jogo de soma zero, faz com que o rico seja visto como explorador. O pobre seria pobre porque o rico é rico. Um absurdo! Basta voltar ao exemplo do Ford para ver como isso é ridículo. No livre mercado, é rico quem atende a demanda, quem cria valor para os outros. Quem entende isso não pode ter raiva dos ricos, assumindo que tal riqueza vem das trocas voluntárias no mercado livre. Mas a visão de capitalistas exploradores é disseminada, e o que a sustenta é, na verdade, a inveja, sentimento repugnante. A concentração de renda que deve ser condenada é a pela via política, não econômica. Brasília ter uma renda per capita quatro vezes maior que a média nacional é que deveria gerar revolta popular. Por fim, vamos analisar se a concentração de algo em si é realmente o problema, provando também o elevado viés materialista das pessoas que combatem a concentração de renda por si só. Quantas pessoas jogam bola como o Pelé jogou, ou o Ronaldo joga? Quantos cantam com a voz de Pavarotti? Quantas são belas como a Cindy Crawford? Quantos escreveram romances como Dostoievsky? Quantos criaram sinfonias como Mozart? Quantos foram inteligentes como Newton ou Einstein? Ora, e por acaso essa concentração de talentos foi prejudicial à Humanidade? Por acaso o mundo estaria melhor se Newton fosse medíocre? Por acaso um mundo formado por iguais é desejável? Um mundo de abelhas, ou cupins? Logo, não há mal algum, a priori, no fato de poucos concentrarem muita riqueza. É natural, é parte da vida. Se forem ricos através do sistema capitalista, de livre mercado, e não pelo meio político, é sinal que ofereceram algo de valor em troca. Nada mais justo que tenham tal mérito reconhecido, como Einstein teve, ou Pelé. A concentração de renda não é, em si, o vilão. A miséria absoluta é o grande inimigo. E o socialismo distribui justamente miséria, enquanto o capitalismo gera riqueza, mesmo que de forma desigual.
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