A crise econômica americana contemporânea já é considerada a maior registrada desde 1929, quando houve a quebra da bolsa de Nova York. Recentemente, a economia mundial experimentou problemas semelhantes com a Rússia, México, Argentina e com a bolha da Nasdaq.
Porém, a crise econômica atual traz reflexos para todo o mundo, devido à elevada sofisticação dos mercados financeiros, a capacidade de conexão dos mesmos e da utilização de modelos matemáticos avançados para o processo de tomada de decisão interbancário. Todavia, apesar de todos estes avanços, a problemática relaciona-se com os créditos podres do mercado financeiro, ou seja, o não pagamento de títulos imobiliários pelos americanos, levando ao mercado o efeito cascata quanto ao não pagamento de dívidas, empréstimos e financiamentos.
A argumentação para as falhas está voltada para a ausência de regulamentação, porém, muitos economistas atestam que este não seria o problema central, mas sim o aumento de crédito no mercado, sem as devidas garantias. Observa-se que o crescimento da economia mundial nos últimos anos está correlacionado com a avalanche de recursos criada pelos bancos. No entanto, já existem debates acadêmicos, que desejam verificar a real importância dos mercados em detrimento da dinâmica da economia real. Seria o mercado financeiro o responsável pelo crescimento econômico mundial, ou a demanda aquecida e a capacidade produtiva os fatores para o real crescimento? Este é um debate profundo e com várias posições a serem respeitadas. Deve-se buscar um consenso.
Apesar dos fundamentos apresentados acima neste ensaio, sabe-se que a aprovação dos US$ 800 bilhões pelo congresso americano como um pacote para a salvação dos bancos americanos foi demorado. Como foi anunciado com rapidez, a sua aprovação deveria ter sido ágil da mesma forma, para evitar crises de confiança aos investidores. Deste comportamento, surgem novos expoentes do estudo econômico, relacionando a psicologia à economia, através da adoção de modelos mentais e crises de confiança anormais.
Mesmo com todo este ambiente turbulento, nascem oportunidades para melhorias no ambiente empresarial. Para o Brasil, a chance de ajustar o seu modelo fiscal, reduzindo os gastos em conta corrente para o aumento da poupança nacional. Pode-se reduzir desta maneira as apreensões e medos quanto aos reflexos da crise mundial, que certamente afetarão o desempenho do PIB brasileiro. Outra oportunidade está em não efetuar despesas, sem as receitas devidas, como o planejamento para investir em educação, sem um centavo de retorno sobre a exploração da camada pré-sal. Quando o assunto é economia, o ideal é gastar somente com dinheiro em caixa, para evitar futuras dores de cabeça e endividamento excessivo. Basta relembrar o texto para economia da nossa Constituição Federal, que comemorou vinte anos neste mês, com gastos criados sem receitas e o resultado final negativo para os cofres públicos.
Finalmente, relembrar que investir na infra-estrutura logística nacional é importante, como garantia para um processo de movimentação interna de cargas e para exportação, garantindo um saldo positivo em conta corrente. O movimento é favorável, tanto que grandes bancos privados vêm aproveitando os preços baixos de empresas do setor de infra-estrutura e exercendo a opção de compra. Neste caso, enxerga-se no mercado incertezas, mas, fundamentalmente, investimentos conservadores recomendáveis e com retorno garantido. Estimular a economia de mercado no atual momento é o ideal, como garantia para a redução de perdas ainda maiores.
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