“Brasil imperialista” é o que se lê, nos últimos dias, em manchetes de jornais…paraguaios. Acusa-se o governo brasileiro de explorar o Paraguai por meio de Itaipu. Desde 2002, contudo, aprendi que temos uma “dívida histórica” com o continente. Exploramos índios (inclusive os bolivianos e paraguaios) há mais de 500 anos. No caso do Paraguai, é bom lembrar, houve a guerra, aquela de Caxias e Tamandaré – que ainda demanda por “justiça social e histórica”. Quem deve pagar pelos danos causados ao país vizinho? Creio que seria até interessante criar uma “Secretaria para o Pagamento de Dívidas Históricas e Sociais” para que pudéssemos contabilizar não apenas o conflito paraguaio no cálculo de nossas dívidas, mas também os outros conflitos ocorridos desde 1500 até os dias de hoje.
Sinto imenso alívio, contudo, porque a injustiça de nossos governos com a Bolívia, ainda bem, já foi corrigida. Também já nos ocupamos de acabar com o desequilíbrio militar na região e estamo ajudando a Venezuela a superar a “opressão histórica” do eixo (do mal) formado por Brasil e Argentina. Claro, ainda há que se corrigir injustiças históricas escondidas sob o tapete da “suja” história brasileira pelos historiadores imperialistas deste país de exploradores (não duvido que existam muitos outros conflitos importantes que foram ignorados por nossos adestrados historiadores “imperialistas”). É hora de romper os grilhões do pensamento único e liberar os recursos da pesquisa histórica para que possamos nos penitenciar perante o altar da História – como aqueles católicos filipinos – com chibatadas no lombo, digo, no próprio lombo. Uma proposta seria enviar recursos para programas de “Fome Zero” em todos os países da América Latina. Se bem que uma proposta desta, vinda de nosso governo, certamente representará um novo passivo histórico com os países mais pobres do continente que poderiam propor a mesma idéia. Digamos assim, uma nova categoria de dívida, uma “dívida intelectual” por termos lançado a idéia antes deles. Brasileiros arrogantes!
Aos que são contra as exigências do governo “oprimido e democrático” do Paraguai é bom lembrar o que nos dizem sempre, nos últimos tempos, algumas autoridades: “o que eles querem? Que façamos guerra”? Sim, esta tem se tornado o mantra oficial mais comum nos últimos tempos. Para ser justo, é bom que este mantra não seja válido apena para países de orientação socialista, digo, bolivariana. Afinal, o importante é “resgatar nossa consciência histórica”. Já mostramos ao mundo do que somos capazes (“nunca antes na história deste país fizemos isto”, dirá alguém). É hora de colocar a lição em prática: entregue-se Itaipu já. O petróleo, sim, é nosso (dizem os venezuelanos). Mas as águas, pelo que dizem, são deles, dos paraguaios. A nós, brasileiros, resta o orgulho de, seguindo os conselhos de nossos “intelectuais progressistas”, “resgatar” nossa “dívida histórica” com o continente, entregando aos nossos vizinhos o que lhes pertence, por direito “sócio-histórico-consciente-de-classe”.
(*) Sim, leitor. O excesso de aspas foi proposital. Em boa parte do que leio na imprensa, faltam as aspas. Muitas aspas.
Só pra lembrar. Se o Paraguai ta f*****, foi porque ELES começaram uma guerra contra o Brasil. E por causa de uma guerra começado por eles nos tivemos uma grande divida com a Ingleterra durante anos, para custear nosso esforço de guerra.
E a agua da itaipu, não é do paraguai. É parte nossa tambem.