Até a década de 80 o desfile das escolas de samba era organizado pelo governo. Não é de se admirar que de lá para cá tenha ganho em pontualidade, organização e receitas. A forma atual de organização, a Liga Independente das Escolas de Samba, surgiu da necessidade de uma melhor gestão de um negócio vital para a cidade do Rio de Janeiro e conseguiu, em 1992, a total privatização do carnaval. De lá para cá o negócio não parou de crescer. Para se ter uma idéia do apelo, só neste ano todos os ingressos se esgotaram em poucas horas; sendo que o mais barato custava R$ 110, por um dia de desfile. Uma das preocupações da Liga foi estabelecer parâmetros de show para que o evento pudesse se transformar num produto: “A preocupação inicial de Guimarães foi centralizada no respeito ao público. Apoiado pelo plenário, o novo presidente estabeleceu parâmetros para o início e o término do desfile, fixando tempos mínimo e máximo para a apresentação de cada agremiação. Desde então, as infratoras passaram a ser penalizadas pelo Regulamento – punição esta que já custou até a perda do título a algumas candidatas. A pontualidade e a organização são marcas dos espetáculos administrados pela LIESA. As imagens do desfile entram no ar rigorosamente no horário contratado, distribuídas para todo o Brasil e centenas de países, nos cinco continentes.” Essa mentalidade empresarial aumentou enormemente as receitas das escolas, que transferiram essa riqueza para as comunidades onde são abrigadas. Um dos exemplos mais notáveis é a vila olímpica da Mangueira, uma das escolas mais bem organizadas e que se tornou um núcleo de projetos sociais dentro do morro. Traçando uma breve comparação, na década de 70 as escolas desfilavam no meio da avenida Presidente Vargas, dependiam de ingressos vendidos nos ensaios, geravam pouco retorno para as comunidades e protagonizavam desfiles longos, enfadonhos de se assistir (mas não de participar) e com uma qualidade de som, iluminação e infra-estrutura baixíssima. Ao contrário do que pregam os saudosistas, a profissionalização do carnaval não foi o túmulo do samba. O carnaval aumentou de tamanho, gerou mais empregos e trouxe um ganho de qualidade técnica enorme aos desfiles. O aumento de dinheiro também não desnivelou a competição: basta ver o quão equilibrada foi a última apuração.
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