A história econômica é no mínimo curiosa e desafiadora. Muitos economistas dedicam parte do seu tempo analisando os países, as organizações e dados como o PIB, produção industrial, desemprego, inflação, exportações e importações, na tentativa de realização de projeções, das quais muitas vezes a propensão ao erro é elevada.
Muitas afirmações destes profissionais já viraram “chavões”, com a de que o mercado funciona em ciclos e de que o comportamento passado das nações pode ser um fiel balizador para análises futuras.
Neste sentido, por que a atual crise de crédito que assola todo o mundo não foi prevista por bancos de investimentos, grandes indústrias e por instituições governamentais que deveriam supervisionar o mercado e que hoje se preocupam em adotar planos de urgência, para evitar uma hecatombe geral? Os argumentos são vastos para justificar a não previsão do atual cenário pessimista das finanças globais.
Para os economistas ortodoxos, o problema não estaria correlacionado às falhas de regulação, uma vez que o mercado é extremamente volátil e dinâmico, mas na alavancagem dos bancos. Já para os heterodoxos a questão central seriam os elevados bônus dos executivos, em um mundo desigual, em que o Estado seria o fiel indutor para o crescimento. Logo, isto não representaria um sinal de alerta sobre os modelos de análise da economia, uma vez que não existe uma resposta óbvia sobre a crise?
O que todos sabem, de fato, é que a injeção do dinheiro público nos bancos com títulos podres é vital para a manutenção da atividade empresarial, com uma profunda revisão da regulação bancária, com redução dos lucros distribuídos aos principais executivos de mercado e que ainda, o capitalismo é a melhor solução para a dinâmica produtiva mundial.
Porém, um fato instigante vem acontecendo na gestão das organizações como um todo. No passado, as perdas no setor financeiro e do mercado de capitais demoravam algum tempo até atingirem as empresas na economia real. A atual crise econômica demonstra que os estudos de macro e microeconomia precisam ser revistos. A velocidade em que as empresas do setor produtivo foram afetadas devido à crise de crédito foi espantosa, sendo algo jamais visto nos ciclos econômicos.
A correlação entre a crise de crédito, justamente a partir da quebra do Lehman Brothers, com a redução dos indicadores da produção industrial, além de outros números, com o aumento da taxa de desemprego, na falta de confiança do empresariado em geral e consequentemente das exportações e importações foi fantástica e alta.
A percepção de que a economia está a cada dia mais interligada e de fato globalizada, remete a necessidade de regras mais claras e que sejam respeitadas, com ampla supervisão do governo, das agências de risco, com a adoção de modelos econométricos mais confiáveis e atenção redobrada da sociedade como um todo.
Porém, em todo ambiente de crise, as oportunidades surgem. Neste caso, algumas empresas capitalizadas, aproveitam o mercado em baixa, para realizarem fusões e aquisições, levando aos consumidores finais, produtos com qualidade superior, com custos e tempos de produção reduzidos, devido às escalas adquiridas.
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