Os mercados abriram nesta semana de olho na reunião do CMN, que deve confirmar a meta de 4,5% para os próximos dois anos. O governo Lula acha esta decisão acertada, visto que teremos eleições no ano que vem e o Bacen precisará atravessar este ano sem grandes pressões.
Na agenda doméstica, como destaque, a divulgação da produção industrial de maio e a balança comercial de junho. No cenário externo destaque para os dados de emprego e desemprego em junho nos EUA. Na sexta-feira, o mercado norte-americano não funciona em função do Independence Day (04/07).
Nesta segunda-feira saiu o IGP-M de junho, registrando deflação de 0,1% em junho, na mesma faixa do registrado em maio (-0,07%), com queda de 1,52% no ano. O IPA passou de –0,3% para –0,45%, com Matérias Primas Brutas registrando 0,32%, depois de registrar 0,61% no mês anterior. Já o IPC registrou 0,17%, quando no mês anterior havia registrado 0,42%. A maior queda veio de Despesas Diversas, que passou de 3,97% para 1,34%, com cigarro caindo de 12,43% para 3,14%. Ao fim deste ano, este índice pode fechar zerado, ou mesmo com deflação pela primeira vez em 20 anos. Em 12 meses, o índice da FGV acumulou 1,52%.
Somado a isto, o governo resolveu prorrogar a desoneração de IPI par uma série de produtos, dentre os quais veículos, eletrodomésticos, material de construção, trigo, farinha, pão e bens de capital. A Cofins também deve se manter reduzida, e a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) acabou cortada de 6,25% para 6%. Neste caso, o objetivo é tentar estimular a produção de bens de capital, como máquinas e equipamentos. O IPI para carros, por exemplo, que teria a redução terminada nesta terça-feira, acabou prorrogada por mais três meses, até setembro. Em outubro, novembro e dezembro volta gradualmente.
Por fim, as contas públicas perderam força neste mês de maio. O superávit primário registrou R$ 1,11 bilhão, acumulando no ano, superávit de R$ 31,87 bilhões, 2,69% do PIB, bem abaixo do resultado acumulado em mesmo intervalo de 2008, de R$ 71,391 bilhões, 6,26% do PIB. Em 12 meses, o superávit primário foi de R$ 66,90 bilhões, 2,28% do PIB. O resultado das estatais, com a retirada da Petrobras, acabou negativo em R$ 1,80 bilhão. As estatais federais tiveram déficit de R$ 1,94 bilhão, as empresas públicas estaduais superávit de R$ 157 milhões e as municipais déficit primário de R$ 13 milhões. Já o déficit nominal foi a R$ 11,47 bilhões, em função da economia no pagamento de juros (superávit primário de R$ 1,11 bilhão) ter sido insuficiente para cobrir os juros apropriados (R$ 12,59 bilhões). No acumulado ao ano, o déficit nominal é de R$ 33,55 bilhões, 2,84% do PIB, em 12 meses ficou em R$ 90,41 bilhões, ou 3,08% do PIB, superando o resultado deficitário nos 12 meses até abril, de R$ 86,732 bilhões (2,97% do PIB).
Este desempenho fiscal, até maio deste ano, tem como características principais a perda de arrecadação federal e o aumento das despesas com custeio. Neste caso, o crescimento das despesas com a folha de pagamentos é maior do que o próprio aumento da despesa geral. Os dados do Tesouro mostram uma queda de 4,4% neste ano, até maio, e o aumento de 14,4% nas despesas gerais, com o gasto com pessoal crescendo 18,3%. Os investimentos cresceram 20,4%, mas numa base de comparação fraca. Para piorar, os investimentos do PAC, ou seja, os gastos com infraestrutura, continuam empacados pelos vários trâmites burocráticos e obstáculos ambientais. Das mais de 10 mil obras previstas de 2007 a 2010, apenas 3% foram concluídas até dezembro de 2008.
Por fim, a dívida líquida total do setor público subiu para R$ 1,24 trilhão em maio, 42,5% do PIB. Essa é a nova projeção, excluindo-se a Petrobras, da meta fiscal do setor público consolidado. Pela nova regra, a dívida situou-se em abril em 41,4% do PIB. Antes da mudança, estava em 38,4% do PIB. Já a dívida bruta do governo federal, Previdência Social e governos regionais – que, ao contrário da dívida líquida, não contabiliza ativos – avançou para R$ 1,81 trilhão em maio, 61,9% do PIB, em comparação ao R$ 1,79 trilhão, ou 61,6% do PIB.
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