Passadas as expectativas com a aprovação do pacote de estímulo à economia e a divulgação do pacote de socorro ao sistema financeiro, o mercado nesta semana ainda deverá estar atento a um pacote econômico, neste caso voltado para o mercado imobiliário, com o objetivo de tentar estancar as execuções hipotecárias. Em paralelo, temos uma agenda carregada de indicadores da economia norte-americana, com destaque para a inflação, e no Brasil, com as vendas do comércio em dezembro, o IPCA-15 e a taxa de desemprego.
Na quarta-feira sai o PPI (índice de preço ao produtor), previsto em 0,2% em janeiro, sendo que em dezembro a deflação foi de 1,9%. Na sexta-feira sai o CPI (índice de preço ao consumidor) com expectativa de alta de 0,3%. Na quarta-feira, outro fato relevante é a divulgação da ata do Fomc, quando teremos as explicações sobre a última reunião do Fed. Nesta terça-feira, em destaque a produção industrial e a utilização da capacidade instalada nos EUA; na quarta-feira, a construção de novas casas e na quinta-feira, os Indicadores Antecedentes. Somado a estes, na quarta-feira Barack Obama anunciará uma série de medidas no combate à crise imobiliária, com as execuções hipotecárias se intensificando. No ano passado, os preços das casas recuaram 12,4%, na maior queda desde a criação da pesquisa em 1979.
No cenário brasileiro, em destaque as vendas do comércio varejista de dezembro passado nesta terça-feira e o IPCA-15 e a taxa de desemprego de janeiro na sexta-feira. Sobre o IPCA-15, as expectativas indicam uma taxa de 0,65%, com grande contribuição dos itens educação, com os reajustes das mensalidades, e alimentação; na taxa de desemprego uma elevação da taxa a 7,2% da PEA, dadas as demissões dos empregos temporários, passado o Natal.
Sobre a pesquisa Focus, do Bacen, as previsões voltaram a ser revisadas. Sobre o crescimento do PIB em 2009, por exemplo, a taxa caiu de 1,7% para 1,5%. Isto inclui o quase certo surto recessivo a ocorrer entre o quarto e o primeiro trimestre de 2009. Sobre a inflação, o IPCA foi reduzido de 4,73% para 4,69%; o IGP-DI, de 4,63% para 4,57%, o IPC da Fipe, de 4,53% para 4,50%, e apenas o IGP-M acabou ajustado para cima, de 4,24% para 4,25%. Já a taxa de juros Selic foi reduzida de 10,75% para 10,50%, e o câmbio mantido em R$ 2,30 para este ano de 2009.
Por fim, assustou o mergulho da economia japonesa no quarto trimestre do ano passado, em termos anualizados, recuando 12,7%. Para o ministro da economia do Japão, a economia japonesa atravessa a pior crise desde o final da guerra. Como a economia japonesa é muito dependente das exportações de automóveis, maquinário e equipamentos de informação, a retração da demanda externa dos ricos acabou colocando-a no chão. É a mais forte retração desde a ocorrida no primeiro trimestre de 1974, de 13,1% em termos anualizados em plena crise do petróleo. Neste contexto, Japão se encontra oficialmente em recessão desde o terceiro trimestre de 2008, quando a queda foi de 0,6% contra o trimestre anterior, depois de uma contração de 0,9% no segundo trimestre.
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