Mais um dia de “estresse” nos mercados acionários, com os poucos esclarecimentos sobre o pacote Geithner ainda gerando muitas dúvidas.
Nem o avanço de 1% nas vendas do comércio em janeiro serviu para amenizar este “mar de incertezas”, que se espalham neste momento pelos mercados globais. Este movimento de vendas do comércio em janeiro se justificou pela “desova dos estoques”, considerado um “ponto fora da curva”.
Por outro lado, repercutiu negativamente o mergulho dos preços dos imóveis residenciais nos EUA em 2008, alcançando 12,4%, a maior taxa negativa desde a criação desta pesquisa (NAR, em inglês) em 1979. Este, aliás, pode ser considerado o ponto central da crise.
Ela nasceu no mercado de hipotecas imobiliárias e é de lá que precisam vir as soluções. Como estas hipotecas continuam sendo executadas, as pessoas perdem suas casas, suas fontes de renda e até emprego, o que torna difícil falar numa recuperação da economia norte-americana, com a renda dos consumidores exaurida. No pacote Geithner os recursos mobilizados para o setor imobiliário são poucos, não passando de US$ 50 bilhões. Quando se sabe que o saneamento dos bancos, com a “compra dos papéis tóxicos” deverá mobilizar até US$ 1 trilhão, tem-se a exata noção de que o setor imobiliário está sendo deixado de lado.
Sobre o pacote, três são os mecanismos mobilizados:
(1) a criação de um Fundo de Estabilização Financeira, que pode chegar a US$ 1 trilhão. A dúvida é saber se este fundo conseguirá atrair os investidores privados na aquisição dos ativos podres. Aqui tem-se um ponto central, pois fica difícil avaliar o valor real destes ativo, já muito depreciados, mesmo que artificialmente.
(2) o Fed, como emprestador de última instância, injetando liquidez no travado mercado de crédito, tentando “descongelar” os recebíveis de cartões de créditos, financiamento estudantil e algumas hipotecas imobiliárias. A idéia é dar fôlego para que as pessoas se recuperem e consigam pagar suas dívidas;
(3) injeção de capitais nos bancos, com os recursos restantes do pacote Paulson, em torno de US$ 350 bilhões, visando a capitalização destes. Eles teriam, no entanto, que passar por uma espécie de auditoria, ou “teste de estresse”, para o governo saber se são viáveis.
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