E os mercados operaram sem uma direção definida ao longo desta terça-feira, para se recuperarem à tarde, fechando em alta.
Neste dia, como destaque tivemos o FMI, mais uma vez, revendo suas projeções para este ano e o próximo. Para a economia global, a previsão indica uma contração de 0,6% neste ano. Em janeiro, a estimativa era de crescimento global de 0,5%. Para os Estados Unidos, a previsão é de retração de 2,6% neste ano, ante estimativa de janeiro indicando contração de 1,6%. Por fim, para a zona do Euro, a retração deve ser de 3,2%, ante declínio de 2% previsto em janeiro.
Somado a isto, a avaliação do Morgan Stanley continuou repercutindo. Esta instituição norte-americana projetou uma retração da economia brasileira em 4,5% para este ano, com a constatação de uma “economia muito mais fraca nesta virada de ano”. Antes, eles achavam que a economia brasileira fosse estagnar em 2009, zerando o crescimento. A resposta do Presidente Lula, e de outros atores da cena nacional, também, acabou se mostrando acertada, visto que estas instituições não tiveram a competência nem de gerir seus negócios, quanto mais de construir cenários consistentes para a economia brasileira.
Por fim, uma polêmica no cenário doméstico vem sendo a falta de rumo do governo na gestão fiscal. Se na política monetária a situação está sob controle, com redução de juro e o esforço em ofertar mais crédito, o mesmo não pode ser dito sobre a política fiscal. O comprometimento do governo em reter despesas inúteis vem se confrontando com a incapacidade de avançar nos investimentos públicos. Ou seja, um problema no front fiscal continua sendo o forte incremento das despesas de custeio e o fraco desempenho dos investimentos públicos.
Nos últimos anos, o governo optou por aumentar as despesas correntes, com servidores públicos, reajustes de salários e manutenção da máquina pública em detrimento dos investimentos. De um lado, despesas altamente improdutivas, sem nenhum grande efeito sobre a economia real; de outro, investimentos públicos, em especial os voltados para infraestrutura, essenciais na melhoria do ambiente de negócios do País.
Entre 2002 e 2008, as despesas com pessoal passaram de 4,2% do PIB para 5% e as previdenciárias pularam de 5,9% para 7,2% do PIB. Isto significa que as contratações de pessoal impactaram o setor público em R$ 51,7 bilhões, com a reestruturação de cargos e salários respondendo por R$ 30,5 bilhões.
Para quê? Talvez para alimentar o apetite do governo por mais empreguismo e clientelismo.
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