Passado o feriado do Dia do Presidente nos EUA (dia 16), os mercados voltaram a apresentar forte recuo nesta terça-feira, refletindo preocupação com a indústria automobilística e o setor financeiro.
No primeiro caso, o objetivo das montadoras, como Crysler e GM, é mostrar um plano de viabilidade econômica, para se manterem solventes e receberem mais recursos públicos. Caso isto não seja possível o empréstimo de US$ 17,4 bilhões, dado pelo governo poderá ser devolvido, o que representará uma sentença de morte para estas empresas, com uma delas declarando podendo declarar concordata.
Para piorar os ânimos, o índice de atividade industrial do Fed de Nova York veio em forte queda (-36,45), recorde para o período, azedando ainda mais o ânimo dos mercados. Por aqui no Brasil, a inflação veio acima do esperado, com as segundas prévias do IGP-M e do IPC da Fipe a 0,45% e as vendas do comércio acabaram sentido o tranco da seca de crédito no quarto trimestre do ano passado, recuando 0,3% contra novembro, mesmo que fechando o ano em alta de 9,1%.
Para completar, na Europa repercutiu mal o anúncio de que a agência Moody’s poderá rebaixar o rating dos bancos da Europa Ocidental que possuem subsidiárias em países do Leste Europeu, diante da acentuada desaceleração econômica que as nações da região enfrentam.
Voltando-se ao cenário doméstico, a crise financeira na sua fase mais aguda no quarto trimestre do ano passado acabou derrubando as vendas do comércio varejista, com expansão de 9,1% em 2008, mas recuando 0,3% em dezembro contra novembro, no terceiro mês seguido de queda. Contra o mesmo mês de 2007, avanço foi de 3,9%, mas este foi o pior desempenho nesta base de comparação no último mês do ano desde 2003.
Com isto, no quarto trimestre do ano passado, as vendas cresceram 6% contra o último do ano anterior. O pior da crise se fez sentir nos segmentos dependentes de crédito, como Móveis e Eletrodomésticos, com crescimento de 7,7% ante igual período do ano anterior, bem abaixo dos meses anteriores. Já o segmento Veículos e Motos, Partes e Peças recuou 4,5%, depois de despencar 20,3% em novembro. Material de Construção teve trajetória semelhante, recuando 3,6% em dezembro, seguindo baixa de 6,2% em novembro. Outro segmento afetado foi Tecidos, Vestuário e Calçados, com queda de 5,4% no último trimestre do ano e de 6,3% em dezembro, contra igual período de 2007.
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