Para aumentar a visibilidade das mulheres no cenário empreendedor, a ONU (Organização das Nações Unidas) lançou nesta quarta-feira (19/11) o Dia Global do Empreendedorismo Feminino. A data foi marcada durante a Semana Global de Empreendedorismo e será celebrada em 153 países, incluindo o Brasil.
A empreendedora Deb Xavier, de 28 anos, foi escolhida uma das embaixadoras da data no país. A gaúcha é fundadora do site Jogo de Damas, que produz conteúdo para mulheres à frente de empresas e realiza eventos pelo sobre o tema. “O mundo dos negócios é muito masculino. As referências que temos são masculinas, os palestrantes de eventos, os cases de sucesso. Quase sempre o homem é o modelo. É interessante e necessário começar a mostrar como as mulheres também estão crescendo nesse meio”, diz.
Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), as mulheres estudam em média 7,8 anos e os homens, 7,4 anos. Mesmo assim, elas ainda recebem o equivalente a 73,5% dos salários deles. É por causa de dados como este, diz Deb, que as mulheres decidem a empreender. “É um caminho para quem tem alguma insatisfação com o mundo corporativo. Muitas estudam e trabalham tanto quanto os homens, mas ganham menos, não tem previsão de crescimento, não tem flexibilidade de horários, que é algo muito valorizado por elas. Então, viram empreendedoras”, afirma.
No ecossistema empreendedor, o cenário encontrado por elas é um pouco diferente. A última pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor, a maior pesquisa sobre empreendedorismo do mundo) mostra que 52% dos novos donos de negócios brasileiros, ou seja, aqueles com menos de três anos e meio de atividade, são mulheres. Elas são maioria também em todas as regiões do país, com exceção do Nordeste, onde tem 49% de participação entre os novos empresários. O mais importante é que a maior parte dessas empresas (66,2%) são abertas por oportunidade e não por necessidade.
Contudo, as empreendedoras enfrentam dificuldades relacionadas ao gênero. Uma das principais é o acesso ao crédito. “Apesar de as empresas lideradas por mulheres terem uma taxa de falência menor e as empresárias serem menos inadimplentes do que os homens, o acesso ainda é muito restrito. Além disso, as mulheres não são alvo de investimento anjo”, afirma Deb.
Para a empreendedora, mudar essa situação é um trabalho a ser feito junto ao governo. É preciso, diz ela, criar programas e políticas afirmativas que ampliem o espaço da mulher no mundo do negócios. “É necessário chamar a atenção sobre o potencial econômico da mulher.”
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
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