Empreendedores são criadores de valores que nadam contra a maré. Eles veem valor econômico onde outros não veem nada
O empreendedorismo é a pedra filosofal dos dias de hoje: algo misterioso que supostamente guarda o segredo para turbinar o crescimento e gerar empregos. E como o governo deveria encorajá-lo? Os formuladores de políticas públicas estão tão confusos quanto os gurus. Eles presumem que isso deve ser feito por meio de novas tecnologias, de modo que tentam criar novos Vales do Silício. Ou de que tudo está relacionado a pequenas empresas, quando então o foco se volta para o fomento a start-ups. Ambas as presunções são equivocadas.
O Vale do Silício certamente foi a capital do empreendedorismo digital nas últimas décadas. Mas não é necessário ser um nerd para ser empreendedor. Do mesmo jeito, há uma enorme diferença entre o típico pequeno empresário (que sonha em abrir outra loja) e o verdadeiro empreendedor (que sonha em mudar todo o seu setor).
Esses equívocos são relevantes porque podem gerar políticas de má qualidade. O mundo está repleto de enclaves de alta tecnologia que fracassaram. O vale de biotecnologia da Malásia foi apelidado de “Vale dos Biofantasmas”. O mundo também está cheio de agências de pequenas empresas que não conseguem gerar muitos empregos.
Em um novo livro, “Worthless, Impossible, and Stupid”, Daniel Isenber apresenta uma nova definição de empreendedorismo. No fundo, os empreendedores são criadores de valores que nadam contra a maré. Eles veem valor econômico onde outros não veem nada. E eles enxergam oportunidades de negócios onde outros veem apenas becos sem saída.
Fonte: Opinião & Notícia (“The Economist”)
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