Não é apenas na Inglaterra que a ira está em alta; dois terços dos eleitores americanos consideram o atual congresso o pior de suas vidas
Uma pesquisa de opinião encomendada pelo “Guardian” revela que quase metade dos britânicos está irritada com os políticos e que essa é uma das principais razões que a faz não votar. A raiva é quase duas vezes mais importante do que o tédio ou a apatia como motivação, exceto entre os jovens. Estes são tempos perigosos para a democracia. Não é apenas na Inglaterra que a ira está em alta; dois terços dos eleitores americanos consideram o atual congresso o pior de suas vidas, de acordo com uma pesquisa de opinião da CNN.
A apatia é ruim o bastante, mas alguns cidadãos irados irão às urnas e podem ir para os extremos ou forçar os partidos de maior porte a fazê-lo. É notável que, entre os eleitores britânicos, aqueles que apoiam o Partido da Independência do Reino Unido, que defende pautas anti-UE e anti-imigração são mais raivosos que a média. Na Europa resultados recentes de pesquisas de opinião mostram que o partido mais popular da França é a Frente Nacional de Marine Le Pen, e o mesmo se aplica ao PVV de Geert Wilder na Holanda. Evidentemente a maioria dos eleitores não apoia esses partidos, mas, devido à multiplicidade dos agrupamentos, eles conseguem ficar na frente com taxas de apoio que vão de 20% a 30%. Com efeito, isso parece ser a proporção de eleitores que está em jogo no momento.
O sucesso de Beppe Grillo nas eleições do ano passado na Itália sugere que os eleitores não estão necessariamente procurando por ideologias extremas; mas sim apenas por uma alternativa aos partidos da centro-direita e da centro-esquerda.
Alguns anos de crescimento econômico acelerado podem amenizar o problema, é claro, mas é possível que o Ocidente não consiga mais realizar esse feito graças ao fardo demográfico do envelhecimento dos baby boomers e do impacto persistente da crise da dívida.
Fonte: Opinião & Notícia
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