Uma segunda-feira de realização de lucros, após quatro pregões de alta no Ibovespa, que até sexta-feira acumulava no ano uma valorização em torno de 18%. Sobre as motivações para este ajuste no mercado de ações, vários ruídos, como o rebaixamento na avaliação dos bancos norte-americanos, a postergação no prazo do Tesouro norte-americano para a adesão ao fundo público-privado no pacote Geithner, a retirada da oferta da Sun pela IBM, entre outros.
Destes, o que mais preocupou foi a postergação do prazo de adesão dos investidores ao fundo público-privado, o que pode ser um preocupante sinal de que os investidores privados ainda não estão devidamente convencidos sobre o sucesso deste processo de “depuração dos balanços”. Além disto, nesta segunda-feira saíram as projeções da pesquisa Focus, com o PIB agora negativo em 0,19% para este ano, mesmo com as sinalizações de recuperação a partir do segundo trimestre.
Na agenda semanal, mais curta, em função do feriado da Semana Santa, saem alguns indicadores e eventos relevantes para a economia, aqui e no exterior. Nos EUA, não teremos nenhum indicador relevante, mas dois fatos chamam a atenção dos mercado, a ata do Fomc nesta terça-feira e o outro, o início da temporada de balanços do primeiro trimestre de 2009, com os números da Alcoa e Chevron. No Brasil, esta temporada de balanços só acontece a partir do dia 15. Na agenda, em destaque a divulgação do IPCA de março, inclusive para balizar a decisão do Copom na próxima reunião (dias 28 e 29), mesmas datas do Fomc nos EUA.
No mercado automotivo norte-americano, o presidente da GM não descarta uma concordata controlada, ao contrário da Ford, em forte processo de enxugamento e reestruturação, mostrando alguma recuperação. Isto mostra duas formas distintas de encarar a crise, ou duas empresas em momentos distintos, uma já reconhecendo o risco de quebradeira (GM), outra saneando suas contas (Ford).
Pelo lado da agenda europeia, um destaque na semana está na decisão de política monetária do Banco da Inglaterra, na quinta-feira. Outros indicadores previstos são o PIB final do quarto trimestre da Zona do Euro e dados de inflação, desemprego e indicadores antecedentes dos países industrializados da OCDE. No Japão, a reunião do Banco do Japão.
No cenário doméstico, o IPCA de março deve mostrar uma taxa em torno de 0,3% e dentre os indicadores previstos para a semana estão também a balança comercial da primeira semanal de abril (surpreendente superávit de US$ 580 milhões em três dias úteis de abril), o IGP-DI de março (terça-feira), os indicadores industriais da CNI e o índice de expectativas Ifecap (também no dia 7/4). A semana trará ainda as primeiras prévias da inflação de abril do IGP-M, IPC-S e IPC-Fipe.
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