Infelizmente, no Brasil, a educação, que deveria ser a salvação do país, passa por um momento trágico. Como diria Claudio de Moura Castro, “os tortuosos caminhos da educação brasileira” estão longe do desenvolvimento social, econômico e político do Brasil.
Os incidentes ocorridos nas manifestações pacíficas pela educação e em prol dos professores no Rio de Janeiro e em São Paulo representam uma resposta ao que o Estado e a própria sociedade fizeram em relação à educação de qualidade durante anos.
O que deveria ser um protesto pacífico e legítimo em defesa da educação e dos professores, na verdade, se transformou em um cenário de conflito, onde o Estado e os “novos anarquistas” apagaram valores como a organização da sociedade pela defesa do social, crescimento intelectual do indivíduo e debate inteligente entre seres humanos que pensam no bem comum.
A corrupção instalada neste país e o fraco debate político constituem hoje as justificativas para que um pequeno grupo de arruaceiros, terroristas urbanos, seres manipulados por grupos políticos busquem uma revolução destrutiva das instituições públicas, ameaçando o debate político e deturpando os valores sociais. Denominado “Black Blocs”, o grupo conseguiu atrapalhar o discurso e a defesa legítima dos professores. O que eles conseguiram efetivamente? Por que os Black Blocs preferem atrapalhar uma mobilização legítima, promover a violência gratuita e afrontar a Policia Militar?
Vemos as instituições educacionais com indicadores de desempenho pífios para um país como o Brasil, uma polícia despreparada e mal formada para atender com segurança as cobranças legais da sociedade e um Estado em letargia profunda com as questões educacionais. O que o Estado, a Polícia e os “novos anarquistas” estão fazendo com a educação brasileira em pleno mês que homenageia os professores destrói o maior valor social que uma nação dispõe para o seu bem-estar. Os professores estão sendo desacreditados por uma pequena parcela da sociedade. Além dos Black Blocs, que atrapalharam o debate legítimo dos “mestres”, famílias e estudantes vêm desvalorizando os docentes. O noticiário diário está repleto de casos de agressões de alunos desmotivados contra seus professores.
Recentemente, assistindo a um vídeo produzido pelos Black Blocs, percebi, em suas frases de ordem desarticuladas e ideais sem fundamento social, que eles não tiveram ou têm professores. A história do desenvolvimento social de um indivíduo é marcada pela atuação dos professores.. Não tê-los representa um prejuízo. Como disse Fábio Porchat, em recente artigo intitulado “Professores da Vida”, publicado em “O Estado de S. Paulo”, o que estão fazendo com os professores atinge a todos nós.
Nos últimos acontecimentos no Rio de Janeiro e em São Paulo, o Estado, a Polícia e os Black Blocs bateram na cara de todos os cidadãos. Será que a sociedade vai revidar? Será que algum dia a sociedade cobrará com intensidade uma educação com alto padrão de qualidade? Ou vamos aceitar o descaso com que vêm sendo tratados os professores e a educação?
Espero que 15 de outubro seja uma data feliz para os professores, apesar de a educação brasileira não estar em um momento tranquilo e no melhor de seu desempenho.
Acho que o autor não fez uma boa análise. Não teria como fazer porque não está nas ruas, acompanhando os acontecimentos. Seus argumentos são desmentidos pelos fatos recentes. O sindicato dos professores manifestou total apoio aos black blocks. Desde o dia em que a polícia esvaziou a câmara de vereadores de forma truculenta essa aliança já estava feita. Os bb saíram em defesa dos professores. Os professores da educação pública foram bem claros ontem ao afirmar que mesmo os atos violentos tem legitimidade, pois reivindicam algo que é do sentimento comum da população.
Excelente artigo do professor Fábio. Como podemos ter um país desenvolvido se os professores levam porrada de toda sociedade?
Eu discordo do comentário do Bruno, pois o professor Fábio (professor), tem acompanhado de perto as questões, principalmente da legitimidade dos sindicatos…..
Caras como Bruno, com opiniões expressando a “legalidade” dos BB já estão enchendo a nossa paciência. Representa a millitãncia amestrada e posta na internet a serviço do PT e do socialismo. Querem na verdade, confundir (como bem foi ensinado por Stalin e Gramsci). O professor Fabio tem razão: como ter um país desenvolvido se os profesores são tão maltratados por estes que nunca tiveram professores sérios? Estes que roubam, deixam roubar e estimulam a impunidade. A fvor dos professores sempre seremos…é preciso que o (des)guverno cumpra com suas obrigações.
Concordo com o Bruno. Muito oportuna sua observação. O SEPE emitiu nota dando TOTAL apoio aos BBs e ainda disse que vai usa-los como escudo de defesa contra a ação da polícia.
Sem se falar que essa greve já dá sinais claros de ter motivação muito mais política do que meramente reivindicatória, haja visto os cartazes do PSOL pontificando de vermelho as passeatas e a intransigencia do sindicato em recusar a proposta da prefeitura
Os Blacks Bloc apareceram na Alemanha, nos anos 80. Têm uma ideologia anarquista. De lá prá cá se espraiaram pelo mundo. Sua maior manifestação foi contra a globalização, nos EUA. Não dá prá simplificar a questão com o adjetivo de vândalos. A questão é outra: por que o anarquismo ressurgiu?
Não estou a serviço do PT. Sou muito contrário o governo PT. É só lembrar que o governo federal está coligado com o estadual e o municipal no Rio de Janeiro para realizar essa barbárie de agredir manifestantes e professores.
Não sou Black Block mas, como professor, apoio a atuação que vem tendo nas últimas manifestações. E reitero: a análise do BB como vandalismo é rasa e enviesada.
O professor Fábio Ribeiro tinha razão. Depois da morte do cinegrafista Santiago Andrade, cade a razão de existência dos Black Blocs?